Ao completar 70 anos, a Bienal de São Paulo convocou para sua megaexibição cinco artistas indígenas brasileiros: Daiara Tukano; Sueli Maxakali; Jaider Esbell; Uýra e Gustavo Caboco.
A 34ª Bienal de São Paulo estava prevista para 2020, mas teve de ser adiada por conta da pandemia. O tema desta edição é a frase “Faz escuro mas eu canto”, verso do poeta amazonense Thiago de Mello, do poema “Madrugada Camponesa”, publicado em livro em 1965. No total, a mostra reúne mais de 1.100 trabalhos de 91 artistas de todos os continentes.
A agência Amazônia Real entrevistou para este documentário denominado "A Bienal dos Indígenas" os artistas Jaider Esbell, Daiara Tukano, Uýra, Denilson Baniwa e Yaka Huni Kuin.
A Bienal de São Paulo fica exposta até o dia 5 de dezembro de 2021 no Parque do Ibirapuera.
O artista, curador, escritor, educador, ativista, promotor e agitador cultural Jaider Esbell, do povo Macuxi e nascido na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, é provavelmente um dos teóricos de arte indígena mais preparados da atualidade – desde 2013, tem percorrido museus pela Europa, participado de mostras internacionais.
Nesta terça-feira (02/11), ele faleceu em São Paulo. Em entrevista ao jornalista Jotabê Medeiros ele expressou o que é a arte indígena contemporânea. “Tudo tem espírito, por assim dizer, e nós estamos pobres nisso”, escreveu, num dos textos de maior radicalidade da exposição. “Sabíamos, pois sábios éramos. Amávamo-nos sem nem mandar ou exigir, pois era essencial o dito natural. Enquanto dentro, não enxergávamos o fora, embora suspeitássemos de sua força; seguíamos e cá estamos, à frente. Uns de nós sempre trarão reflexos, complexos; é como passam. Atravessamentos constantes, instantes, eternidades”.
Imagens: Cícero Pedrosa Neto e Alberto César Araújo
Roteiro: Cícero Pedrosa Neto
Realização: Amazônia Real | 2021
Publicado por: Amazônia Real el 3.11.21